Praias de São Luís

setembro 7, 2009

Todas as capitais do Nordeste têm boas praias, certo? Errado.

É verdade que quando se fala em Nordeste, a primeira imagem que vem a cabeça são as praias. Há décadas que as praias de Salvador, Recife, Fortaleza e outras grandes capitais atraem turistas; mais recentemente, outras capitais (Maceió e João Pessoa, por exemplo)  e praias (Porto de Galinhas, Pipa) também ganharam projeção.

Mas não são todas as capitais que têm vocação para praia. Teresina, por exemplo, está situada no interior (a aproximadamente 200 km de São Luís), e não na costa; as praias mais populares de Teresina são fluviais, as do Parnaíba, rio que separa o Piauí do Maranhão.

O que pode surpreender turistas é saber que, apesar de a cidade ter sido construída numa ilha, praia não é o forte de São Luís.

Em São Luís, as praias mais famosas são Ponta D’Areia, Calhau, Olho D’Água e Araçagy; no entanto, as praias têm águas turvas – em contraste com as águas cristalinas de outros locais do Nordeste – e a infra-estrutura é precária. De todas, a preferida por moradores locais e por turistas é a Praia do Calhau.

Na praia da Ponta d’Areia, o destaque é o Parque Ecológico da Lagoa da Jansen, verdadeiro ponto de encontro de São Luís. São 6 mil metros quadrados de área com restaurantes, quadras, ciclovias e pistas para cooper; à noite, a orla da lagoa se transforma no lugar ideal para diversão com barzinhos, boates e pizzarias – um dos pontos concorridos é o Mirante da Lagoa, de onde se tem uma visão da cidade de São Luís.

São Luís e Recife, semelhanças

setembro 5, 2009

As cidades de Recife e São Luís, apesar da distância e das diferenças, têm diversas semelhanças.

Recife sintetiza o berço da colonização portuguesa, do açúcar e do engenho; São Luís apresenta consigo as marcas da passagem francesa pelo Brasil colonial – cuja relação com os índios foi mais amistosa do que a dos portugueses. Os traçados da arquitetura colonial recifense apelam para paredes; em São Luís, são os azulejos que reinam absolutos.

Mesmo nessas aparentes diferenças, entretanto, há semelhanças. Boa parte do mapeamento das ruas ludovicenses (ludovicense é como se chama o natural de São Luís) foi elaborado pelos holandeses em 1641, quando a ilha era regida por Maurício de Nassau (1604-1679), então Governador do Recife; isso significa que, no traçado urbano, há muito de Recife em São Luís – e vice-versa – graças ao conde Nassau.

Há mais semelhanças entre Recife e São Luís. Uma afeição pela cultura popular também une, simbolicamente, as duas cidades. São tem também um enorme apego aos festejos juninos; e embora as festas maranhenses não tenham o mesmo prestígio das de Caruaru  e Campina Grande, em São Luís há um lampejo de autenticidade e de vivência cultural no São João.

Trata-se da principal festa popular do Maranhão. Tem início dia 13 de junho, dia de Santo Antônio e segue até São Pedro (dia 29) e o pouco celebrado em outros locais São Marçal (30 de junho).

Nessa época, a cidade fica repleta de arraiais e grande parte da população é envolvida nas comemorações. A maior atração deste período é o bumba-meu-boi, a mais importante manifestação folclórica do Estado, com aquela exuberância com seus ritmos, danças e cores. O bumba-meu-boi surgiu no Brasil em fins do século XVIII, no Nordeste, sendo gradualmente incorporado pelas comunidades rurais.

No Maranhão, esse processo de assimilação gerou um espetáculo à parte. O auto popular do bumba-meu-boi conta a história de Catirina, uma escrava que leva seu homem, o nêgo Chico, a matar o boi mais bonito da fazenda para satisfazer-lhe o desejo de grávida: comer língua de boi.

Um dos momentos mais empolgantes da festa é no dia de São Pedro. Todos os grupos de bumba-meu-boi da ilha vão até a capela de São Pedro, no bairro da Madre Deus, para pagar promessas e prestar homenagens ao santo. Neste período acontecem também outras manifestações folclóricas como a quadrilha, o lelê, o caroço, o cacuriá e o tambor de crioula.

Grande parte das manifestações folclóricas e culturais deste período tem lugar no Centro Histórico de São Luís (declarado Patrimônio da Humanidade pelo Unesco), um conjunto arquitetônico que engloba cerca de 5.500 prédios, datados dos séculos XVII e XIX, remetendo qualquer pessoa a um passado de riqueza, onde barões e prósperos comerciantes acumularam fortunas; além dos prédios históricos, o Centro abriga ainda lojas, cinemas, teatros, hoteis e restaurantes.

Apesar de tombado, há áreas do centro visivelmente mal cuidadas e prédios em verdadeiro estado de ruína. Dois pontos imperdíveis do Centro Histórico são o Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM), que funciona em um sobrado construído no ano de 1836 e possui um acervo que retrata os costumes coloniais, e o Convento das Mercês, que embora tenha ocupado recentemente as manchetes de forma negativa, continua tendo uma das arquiteturas mais exuberantes do centro.

Pertinho está o Teatro Arthur Azevedo, uma das mais importantes e luxuosas casas de espetáculos do país. Inaugurado em 1817, sofreu várias reformas, algumas impostas pela igreja, em função da proximidade com a paróquia da Sé e da má fama dos teatros àquela época.

E falando de Arthur Azevedo, vale lembrar que  São Luís é cidade natal de diversos grandes escritores brasileiros, como o próprio Arthur, Gonçalves Dias, Aluísio de Azevedo, Raimundo Correia, Sousândrade, Josué Montello e muitos outros. Em épocas passadas, São Luís foi conhecida como a Atenas brasileira; até hoje, em nenhuma capital brasileira os habitantes falam um português tão correto como em São Luís.

São Luís e artesanato também andam de mãos juntas. Para não errar na compra, vá ao Ceprama, mais importante núcleo de distribuição de artesanato do Maranhão. Funciona num casarão de aproximadamente 3.000 m² , antigas instalações da Companhia de Fiação e Tecelagem de Cânhamo, onde hoje se comercializa artesanato das mais diversas formas.

Fica aí a sugestão: se você já conhece o Recife, dê uma passada em São Luís para fazer a comparação.

Prato típico do Maranhão: cuxá e arroz-de-cuxá

setembro 5, 2009

A letra de uma música de Zeca Baleiro e Chico César tem os seguintes versos “quando fui à ilha maravilha, fui tratado como um paxá; me deram arroz-de-cuxá, água gelada da bilha, cozido de jurará, alavantu na quadrilha”.

A ilha maravilhosa é São Luís (uma das duas capitais de Estado brasileiras localizadas em ilha; a outra é Florianópolis).  Jurará é como se chama no Maranhão o muçuã, um réptil da família das tartarugas; alavantu é palavra de origem francesa – os franceses fundaram São Luís – que significa “todos para avante).

E cuxá e arroz-de-cuxá são os pratos-símbolo da gastronomia do Maranhão. O preparo mistura ingredientes como camarão seco, cuxá (chamado também de azedinha, quiabo-azedo ou vinagreira) e gergelim.

Passar pelo Maranhão e não comer cuxá é como ir à Bahia e não comer acarajé.  Onipresente, o arroz-de-cuxá é servido tanto em barracas de feira como em restaurantes sofisticados (algo semelhante ao que ocorre, por exemplo, com o bode em Pernambuco ou o caranguejo em Natal).

O preço da porção pode variar de R$ 5 a R$ 12 (para preços mais camaradas, saia dos recantos turísticos e experimente os restaurantes populares). O prato pode ser acompanhado de um peixe frito ou de uma fatia da torta de camarão, outra iguaria também muito apreciada e popular no Maranhão.

Ainda que tenha sido fundada por franceses e dominada por holandeses, à mesa, a capital, São Luís, guardou mais heranças de portugueses, africanos e índios na sua exótica cozinha. Os elementos dessa culinária são os mais diversos: refinadas especiarias, ervas nativas, aves, animais silvestres e, como em todo Estado litorâneo, peixes, moluscos e frutos do mar em geral.

Parte do Estado do Maranhão já está situada em territórios amazônicos e, com isso, muitas das frutas típicas da região Norte também podem ser saboreadas por lá. Entre elas, o açaí e  o cupuaçu  (que são consumidos no Maranhão muito antes de virarem moda no restante do Brasil), o bacuri, o buriti (do qual se extrai da palha à semente) e o cajá se transformam em doces, compotas, musses, sorvetes, cremes e deliciosos licores regionais.

Hello world!

setembro 1, 2009

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